Pietro Mariot

Pietro Mariot é o ancestral mais antigo que temos notícias dos Mariot de Belluno que foram ao Brasil. Pietro casou-se com Teresa de Bona.

De Teresa, temos alguns dados, mas nada muito abrangente. Sabemos que ela era da frazione de Igne em Longarone e que nasceu no dia 15 de setembro de 1796. Seu pai era Marco de Bona e sua mãe se chamava Giovanna de Cesare.[1][2] Teresa vivia em Pirago, casa própria, no "número 67", quando morreu por volta das 5 horas da tarde no dia 6 de maio de 1874, com 77 anos. Seu óbito foi registrado pelo filho Matteo e um parente até o momento desconhecido, chamado Virgilio Mariot.[2]

A data de nascimento de Pietro é desconhecida, mas é possível estimar. Como Teresa de Bona nasceu em 1796, ela deve ter casado em meados de 1817, o ano anterior ao nascimento do filho mais velho, Matteo. Ela teria 21 anos. Como os homens tinham que prestar serviço militar até os 25, se Pietro casasse aos 25 ele teria nascido por volta de 1792. Era praxe o noivo ser mais velho que a noiva. Se Pietro não tiver servido, por algum motivo, podemos extrapolar que tenha casado mais novo. E se ele não casou assim que tivesse deixado de servir, poderia ter casado mais velho. Portanto, assumindo 3 anos de margem, entre 1789 e 1796 parece uma boa extrapolação para data de seu nascimento. Sabemos, pelo menos, que foi antes dos registros napoleônicos e portanto quaisquer documentos de seu nascimento devem ser paroquiais.

Podemos também estabelecer um espaço de tempo para sua morte. Como Ignazio Angelo, que é o filho mais novo, nasceu em setembro de 1829, Pietro estava vivo em janeiro do mesmo ano. Ele tinha entre 33 e 40 anos de idade quando Ignazio nasceu. Se o Ruolo della Popolazione for de 1871, e naquele ano Pietro não estava mais vivo, sua morte deve ter ocorrido entre 1829 e 1871, o que é um período bem insatisfatório, de 42 anos de margem. Pietro certamente morreu antes de 1874, porque o óbito de Teresa diz que ela era viúva.[2]

Então Pietro viveu entre 33 e 82 anos no total. Embora isso não nos revele muito, sabemos que é bem plausível que ele tenha vivido uma vida normal e morrido velho.

Leda Mariot relata que Pietro Mariot era professor em uma faculdade.[3, P. 1]

Segundo dona Leda, Pietro não apenas tinha dinheiro, mas um verdadeiro palácio, e que há fotografias do mesmo.[3, P. 1] Esta afirmação, porém, é improvável, visto que no registro de óbito de Teresa de Bona ela é descrita como villica, assim como o filho Matteo, e seu parente Virgilio, ambos villichi.[2] Villico é um adjetivo para um membro de uma aldeia, isto é, "aldeão" ou "plebeu". O mesmo documento diz que Teresa morreu em casa própria, descrita como civico numero 67, ou seja, no "número 67" em Pirago (aparentemente só havia uma rua). Não se sabe se o edifício ainda está em pé.

O relato continua que Pietro fez um empréstimo para uma certa Margherita, também conhecida como "grande senhora", que embora fosse muito rica, viu-se em complicações financeiras. Mas a "grande senhora" perdeu tudo e Pietro foi à falência.

Dona Leda conta que Pietro morreu seis meses depois do desastre financeiro, e que se não tivesse ocorrido, talvez os seus descendentes não tivessem deixado a Itália.

Dona Irani Baldessar conta a mesma história, mas a versão dela é sobre Matteo, não Pietro.[4]